- Victor Hugo Nicéas
Natureza morta, Victor Hugo Nicéas

Texto por Victor Hugo Nicéas
Escoro-me num pé
Em companhia proibida,
mordo a desfrutar.
Tal gosto morto
Que levo à boca
Vive o passado
Em memória perdida.
Da casca à mão
Da carne à língua
Travo o belo
Fruto moribundo
Que fala,
Enaltece
Seu conteúdo.
Da romã ao kiwi
Juro que vi,
Vida a falar,
E neste diálogo,
Percebi,
Que o que vive
Persiste em morrer
E o que morre
O faz para viver.