- Victor Hugo Nicéas
O Sopro de Maya, Victor Hugo Nicéas

Assim como pássaros hialinos
O vento voa vívido no véu
Com seus uivos insonoros
Que erguem nossos fios
Por entre a terra e o céu.
Esvoaça a rubra seda ao contrário Através dos bicos que assoviam E ao invés de levarem-na a traziam Recheada de cios da falsa alegria
É trabalho de divindade translúcida
A soprar o pó em construção,
Encaixando peças que não vemos
Para montar a vida de grão em grão
E por entre passos de abelhas
Com escolhas e sem decisão
Entorpecemo-nos na doce desordem,
Acatando a própria vontade-ordem
Daquilo que nos é ilusão.
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